Numa perspectiva mais optimista pode-se também opinar que o contínuo crescimento económico chinês e as consequentes melhorias das condições de vida culminarão, passo a passo, na Democracia. Não partilho desse optimismo pois considero que, num cenário de crescimento económico, uma mudança política dessa dimensão com a provável perda de poder do lobby dominante é algo contranatura. As revoluções falhadas e as sucedidas surgem da insatisfação e no caso da China, com excepção de zonas como o Tibete e Xinjiang, até o mais miserável é um ser satisfeito. Há 20 anos uma família de Pequim tinha direito a 6 Kg de peixe por ano, hoje, o mais miserável tem trabalho suficiente para comer e beber. Outros há que já compram um leitor MP3, um telemóvel, enquanto que a classe média anda nas nuvens com a primeira casa, o primeiro carro ou com o futuro brilhante dos seus filhos. É difícil mobilizar quem quer que seja para uma revolução nestas condições.
(continua em futuras postas)